Portonave: o primeiro terminal privado de contêineres do Brasil

Compartilhe esse artigo

Terminal de uso privado em Navegantes (SC), a Portonave é uma das mais eficientes instalações na movimentação de contêineres. A companhia levou 10 anos com a aquisição dos terrenos, licenciamentos e realização de estudos da área para as obras.

A autorização do Ministério dos Transportes para o funcionamento do primeiro terminal privado de contêineres do Brasil veio em 2001. Depois de desafios inerentes ao pioneirismo do empreendimento – do projeto saindo da estaca zero, passando por marcos regulatórios incertos para portos privados – o porto iniciou as atividades em 21 de outubro de 2007, quando atracou o primeiro navio, o MSC Uruguay.

Portonave

Estrutura

A infraestrutura da Portonave permite receber grandes navios em três berços de atracação. Conta com cais tem 900 metros, bacia de evolução de 400 metros e canal de 14 metros de profundidade. Sua infraestrutura inclui ainda 10 gates com balanças, 2.130 tomadas reefers, área total de 400 mil metros quadrados; capacidade estática de 30 mil TEUs; 1,8km de avenida portuária; câmara frigorífica automatizada e integrada às operações com 16.000 posições pallets, 6 transelevadores/13 docas e pallets identificados por códigos de barra.

História

Primeiro porto privado do Brasil, a Portonave movimentou seu primeiro contêiner em outubro de 2007. Isso aconteceu apenas dois anos após o início da construção do terminal. Em 2005,  além de um pátio de obras, a Portonave tinha uma pequena equipe administrativa que trabalhava no escritório em cima da padaria Santa Catarina, no centro de Navegantes. Hoje, opera com os principais armadores do mercado. Também detém o recorde sul-americano de produtividade de navios e se posicionou como líder de mercado em SC.

Certificações

Entre os marcos históricos está  a conquista das certificações. Em 2008 veio a primeira, no ISPS Code – norma internacional criada depois do atentado às Torres Gêmeas. Ela garante que as medidas de segurança são rigorosas e cumpridas à risca. A segunda certificação veio em 2009 com o ISO 9001, norma técnica que assegura a qualidade dos serviços prestados. Em 2010, foi certificada no ISO 14.001, que se refere à qualidade da gestão ambiental.

Em março de 2016, a Receita Federal do Brasil concedeu à Portonave a certificação de Operador Econômico Autorizado (OEA). O terminal portuário foi o primeiro do país a atender as exigências do programa mundial do Comitê da Organização Mundial das Aduanas (OMA) e obter o título. O principal objetivo do é colocar o Brasil em condição de país exportador seguro, aperfeiçoando a cadeia logística brasileira.

A certificação mais recente chegou em outubro de 2018. No mês em que a Portonave celebrou seu 11º ano de operação, a empresa conquistou a certificação na norma OHSAS 18001, que se refere à gestão da saúde e da segurança dos profissionais e pessoas que circulam no terminal. As certificações são renovadas periodicamente, com  auditorias que avaliam se a empresa continua cumprindo à risca as normas necessárias.

Instituto

Ao longo dos últimos 11 anos, a Portonave se consolidou como uma empresa forte em reputação e credibilidade na região. Desta integração, nasceu em 2015 o Instituto Portonave de Responsabilidade Social. Trata-se de uma instituição sem fins lucrativos e com a missão de desenvolver e apoiar projetos de impacto social e ambiental na região, com prioridade para o município de Navegantes.

Um dos projetos socioambientais de maior impacto foi o Nossa Praia, concluído em 2016. Trata-se de uma das maiores obras de recuperação de praia do Brasil, abrangendo 102 hectares da praia central de Navegantes. A iniciativa foi voltada à recuperação da restinga, incluindo a retirada de vegetação exótica, o plantio de espécies nativas, a reconstrução de dunas e o fechamento de trilhas irregulares. Os investimentos foram compartilhados entre a Portonave, que aplicou R$ 3,8 milhões no projeto, e a Prefeitura de Navegantes. Esta ficou responsável por obras complementares e a construção de uma ciclovia, além da iluminação pública.

Perfil do porto

Infraestrutura

900 metros de cais

– 3 berços de atracação

– Canal de acesso de 14m

– 10 gates com balanças

– 2130 tomadas Reefer

– Área total de 400 mil metros quadrados

– Capacidade estática de 30 mil TEUs

– 1,8km  de avenida portuária

– Câmara frigorífica automatizada integrada às operações com 16.000 posições pallets

– 6 transelevadores/13 docas

– pallets identificados por códigos de barra e habilitações na lista geral de países, Mercosul, Rússia, União Europeia, Chile e China (em andamento)

Equipamentos

– 6 Post Panamax Portainer

– 40 terminal tractors

– 4 empty container handlers

– 18 rubber tyred gantry cranes eletrificados (E-RTG)

– 5 reach stackers

– 2 scanners

Localização

Navegantes (SC), na chamada Ponta da Divineia, integrando o Complexo Portuário do Rio Itajaí-Açu.

Relação com Itajaí

Integrada, compartilhando canal de acesso e infraestrutura de manobras. Toda a cadeia logística da região é potencializada com a concentração de forças no Complexo Portuário do Rio Itajaí-Açu.

Ranking Antaq

2018 – (Janeiro à Novembro) – Movimentação total TEUS – (Cheios, Vazios e Transbordo)

 

Portonave

 

Ranking Datamar

2018 – (Janeiro à Novembro)

Movimentação total – (Importação e Exportação)

 

Portos Brasileiros2018 – TEUS% Market Share
1Santos1.798.26543,90%
2Paranaguá459.34311,21%
3Navegantes447.63610,93%
4Itapoá300.1777,33%
5Rio Grande248.3856,06%
6Rio de Janeiro182.7134,46%
7Itajaí143.8663,51%
8Manaus109.3042,67%
9Salvador104.9932,56%
10Porto de Itaguaí96.4672,35%
11Suape72.5361,77%
12Vila do Conde45.0161,10%
13Natal21.5040,52%
14Fortaleza18.7920,46%
15Imbituba18.3680,45%
16Pecem15.4050,38%
17Vitória13.9310,34%
18Belém00,00%
Total4.096.701100,00%

 

Participação de mercado

– 49% segundo Datamar 2018 (Janeiro à Novembro), com importação e exportação

 

Principais destinos

TOP 5 DESTINO DAS EXPORTAÇÕES:

(DATAMAR – 2018  – Janeiro à Novembro)

1º EUA 22%

2º México 11%

3º China 9%

4º Japão 4%

5º Arábia Saudita 4%

 

Principais origens

TOP 5 ORIGENS DAS IMPORTAÇÕES:

(DATAMAR – 2018 – Janeiro à Novembro)

1º China 47%

2º EUA 10%

3º Índia 5%

4º Alemanha 3%

5º Colômbia 3%

 

Principais mercados atendidos (mercadorias ) – IMPO e EXPO   

DATAMAR – 2018 – (Janeiro à Novembro) – Exportadas e Importadas

ExportaçãoTEUS%
Madeiras e seus derivados63.51644,90%
Carnes congeladas e seus derivados40.54328,66%
Cerâmica7.1145,03%
Maquinário6.3194,47%
Papel6.3154,46%
Metais Comuns2.9432,08%
Tabaco2.5611,81%
Frutas1.3180,93%
Alimentos1.1880,84%
Grãos1.1250,80%
Outros8.5036,01%
Total141.445100% 

 

 

 

ImportaçãoTEUS%
Têxtil20.56415,99%
Plásticos e derivados19.90115,48%
Químicos14.55311,32%
Maquinário10.3148,02%
Metais Comuns7.0545,49%
Borrachas e derivados5.6354,38%
Cerâmica4.0733,17%
Madeiras e seus derivados3.4962,72%
Alimentos2.5091,95%
Minerais2.4471,90%
Outros38.03729,58%
Total128.582100%


Tamanho de navios que atracam no Porto


Portonave

 

Canal de acesso e bacia de evolução

O acesso das embarcações é feito pelo Canal da Barra, localizado entre os municípios de Navegantes e Itajaí. O canal conecta o Rio Itajaí-Açu ao Atlântico, no litoral norte de Santa Catarina. Para se manter competitiva juntamente com demais terminais que integram o Complexo Portuário do Rio Itajaí-Açu, a Portonave aguarda a conclusão da obra da Bacia de Evolução.

Na sua primeira fase, a obra permitirá a atracação de navios com até 336 metros de comprimento. Na segunda etapa, com até 366 metros. Navios deste porte (336m) já são uma realidade na costa brasileira e a tendência global do comércio exterior é que tais embarcações sejam cada vez maiores.

Armadores parceiros

MSC, Hapag-Lloyd, Cosco Shipping, Evergreen, CMA CGM, Pil, Hamburg Sud, ONE, Maersk, Yang Ming, ZIM.

Aspectos socioeconômicos

O Porto representa 5,3% da receita total de Navegantes. No caso da arrecadação em Imposto Sobre Serviços (ISS), quase metade da receita da prefeitura resulta do terminal portuário. Em 2018, foram R$ 12,5 milhões repassados pela Portonave de R$ 27,4 mi arrecadados, segundo o Portal da Transparência.

Em 10 anos de operações da empresa, o PIB de Navegantes aumentou 5,5 vezes. Chegou ao patamar de R$ 3,27 bilhões em 2015 (dado mais recente do IBGE). O número de empregos formais mais do que dobrou. Em 2007, ano em que a Portonave começou a operar, eram 1313 empresas e unidades locais ativas em Navegantes. Hoje este número está em 7.230, segundo o Econodata.

Além do trabalho do Instituto Portonave junto à comunidade, a empresa ainda realiza aportes com origem em incentivos fiscais, sempre priorizando aplicar os recursos em projetos locais. Isso assegura que as riquezas geradas pelas atividades do terminal beneficiem, principalmente, a população de Navegantes e região. Em 2018, a terminal investiu R$ 2,95 milhões nesses projetos, seja por aporte direto ou via leis de incentivo.

Portonave

Mais artigos

Blog

Conexão Logistique: case da Allog é mostrado no Boas Práticas

A Conexão Logistique apresentou a Allog como destaque. O “novo normal”, imposto pela pandemia do novo coronavírus que assola o planeta desde o início deste ano, vem a cada dia impondo novos desafios para praticamente todos os setores da economia. E a logística ganhou importância nesse contexto. As empresas precisaram se reinventar para garantir serviços

DDP aos Estados Unidos
Geral

DDP aos Estados Unidos: cotação pode sofrer alterações

A mudança no cenário das cotações DDP aos Estados Unidos pode impactar as empresas que exportam para o país. Hoje, as cotações DDP (Delivered Duty Paid) são baseadas no acordo GSP (Generalized System of Preferences), do qual o Brasil é signatário. Isso significa que, quando determinado HS Code (Sistema Harmonizado de Descrição e Codificação de

Rolar para cima
Previous slide
Next slide