Colocar o pé na estrada e se desafiar em países pouco convencionais nunca foi um problema para Carlos Souza, gerente da Divisão de Cargas Projeto do Grupo Allog. Sua carreira é repleta de memórias profissionais em lugares como Angola, África do Sul, Bolívia, Panamá e Holanda, apenas para citar alguns endereços. Um autêntico representante da série “Pessoas do Mundo Allog” que vem, ao longo de 2024, contando histórias de diferentes perfis que se tornaram cidadãos do mundo.
Uma das primeiras experiências internacionais de Carlos foi vivenciada quando trabalhava como trader em uma empresa catarinense especializada em produtos de iluminação. Seu foco de atuação eram países da África – especialmente Angola e África do Sul – e América Latina. “Minha missão era identificar e abrir novos mercados, gerando negócios para a marca”, explica.
Em Luanda – capital da Angola, com uma população de 3 milhões de habitantes – o profissional entendeu um pouquinho da essência do que é a África. No país, o contato era com um empresário português, que o levava para conhecer restaurantes típicos de seu país de origem. “Não há como negar que a pobreza e situações precárias acabam chamando a atenção, assim como hotéis caríssimos e, muitas vezes, de qualidade duvidosa”, recorda. Já na África do Sul – país de colonização holandesa – a experiência foi completamente outra, incluindo a cultura e educação dos habitantes. Carlos esteve lá dois meses antes do início da Copa do Mundo de 2010, e encontrou um país bastante amigável para estrangeiros.
Uma missão urgente
Na América Latina, já atuou em viagens a trabalho pela Bolívia e Panamá, onde participou de uma feira de negócios. “Lembro que atravessamos o Panamá de um lado a outro em apenas 80 quilômetros para enxergar o Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico em um mesmo dia”, cita.
Mas foi em Honduras, em uma viagem a trabalho pela Allog em 2011, que Carlos Souza viveu uma das experiências mais inusitadas de seu currículo internacional. Destacado pela direção da empresa para atender uma demanda de um cliente especial – uma indústria de suplementos para o setor automotivo – Carlos teve a missão de viajar em regime de urgência até San Pedro Sula. A cidade é famosa por ser uma das mais violentas do mundo. O objetivo era transportar um cabo do sistema operacional, cujo fornecedor ficava nesta pequena cidade da América Central. O equipamento da fábrica em São Paulo tinha estragado e paralisado toda a produção. A solução mais rápida era enviar uma pessoa do Brasil para buscar o cabo em Honduras junto à sua mala de mão.
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Na busca de um voluntário para a viagem, o cliente acionou a Allog questionando se algum colaborador da equipe tinha passaporte válido e vacina da febre amarela, uma exigência das autoridades sanitárias do país. A missão era buscar o equipamento em Honduras naquele mesmo dia.
Um trajeto desafiador
O trajeto não foi nada simples: com embarque em Florianópolis (SC), Carlos seguiu em um avião para Guarulhos (SP), onde fez conexão para o Panamá. Lá, trocou de aeronave, que o levou para a capital El Salvador e uma nova conexão até São Pedro Sula, onde uma pessoa lhe entregou o cabo novo em mãos. O trajeto completo iniciou às 13 horas de uma sexta-feira em Santa Catarina e finalizou às 17 horas de sábado no destino final.
O voo de volta ao Brasil já foi dia seguinte, às 5 horas da manhã, pelo mesmo roteiro de aeroportos no sentido inverso. Ele precisava retornar o mais rapidamente possível para que o reparo fosse realizado. Em Guarulhos, entregou o cabo novo para o representante do cliente e retornou para Santa Catarina. “Lembro que, com toda a movimentação de idas e vindas nos aeroportos, cheguei a emagrecer quatro quilos em três dias. Mas voltei com uma história e tanto para recordar”, brinca.
Depois desse episódio. Carlos já carimbou seu passaporte em mais de 20 países – a turismo ou a trabalho – incluindo México, Estados Unidos, França, Espanha, Itália, Suiça, Alemanha e Holanda, entre muitos outros. Um autêntico representante do “Pessoas do Mundo Allog”.
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