Em um mundo cada vez mais conectado, a sensação de pertencimento pode ser bem mais ampla do que apenas o país de nascimento. E mais do que isso, este sentimento pode ser ampliado ao longo da vida, de acordo com experiências e passagens por diferentes nações do planeta.
Na semana em comemoração ao Dia do Comércio Exterior (28 de janeiro), o Blog da Allog lança a série “Pessoas do Mundo Allog”. São histórias de líderes e colaboradores do nosso time que, de alguma forma, são ou vem se tornando pessoas do mundo. O primeiro perfil é do Paulo Henrique Perez, analista de Produto de Exportação do US Domestic da Allog, que se mudou aos 8 anos de idade para o Canadá, onde morou por 16 anos.
Paulo Henrique Perez: o futuro investido no Canadá
Uma decisão familiar e uma história singular definiram o futuro de Paulo Henrique Perez e seus dois irmãos. Aos 8 anos de idade, o trio deixou o Brasil para viver a 8 mil quilômetros de casa, em uma experiência que mudaria para sempre suas trajetórias.
Graças a uma oportunidade de trabalho do pai de Paulo, a família mudou-se para o Canadá, onde permaneceu por 8 anos. “Inicialmente, moramos em Toronto e depois nos mudamos para Kitchener, uma cidade com forte cultura germânica e que tem, inclusive, a terceira maior Oktoberfest do mundo”, conta.
No país, Paulo foi alfabetizado em inglês e completou o Ensino Fundamental e Médio. Aos 16 anos, quando os pais decidiram voltar a morar no Brasil, não quis acompanhar a família: completamente ambientado à cultura do país, o jovem pediu para permanecer no Canadá com a família de seu melhor amigo. “Houve bastante resistência da minha parte em voltar. Me adaptei muito bem ao Canadá, criei laços e fiz amizades. Como eu estava quase terminando o High School (Ensino Médio), meus pais aceitaram a ideia de eu permanecer no país”, lembra.
Paulo chegou a cursar faculdade de Ciências da Computação com o objetivo inicial de ser desenvolvedor de jogos. Atuou como terceirizado da BlackBerry – empresa canadense que ficou conhecida por seus smartphones – e em diversos outros setores, incluindo empresas de telecomunicação e agência de viagens.
Retorno ao Brasil e o choque cultural
Aos 24 anos, decidiu retornar ao Brasil e conhecer o país, pela primeira vez, como adulto. Neste processo, veio o inevitável choque cultural, a começar pelo clima. Isso porque o Canadá tem estações do ano muito bem definidas, com invernos cuja sensação térmica chega a 35 graus negativos.
O comportamento das pessoas também é completamente diferente nos dois países, explica Paulo. “Canadenses e americanos são mais distantes e não têm a cultura de beijar no rosto ou de se abraçar, por exemplo. O brasileiro faz amizade fácil e rápido, e a intimidade, no início, me pareceu um tanto apressada”, recorda.
Os hábitos alimentares também têm grandes diferenças entre os dois países. Lá, a principal refeição do dia é o café da manhã, sempre bem reforçado, enquanto o almoço é geralmente um lanche leve e rápido. “De uma forma geral, prefiro a comida do Brasil, mas sinto falta das opções de restaurantes de países do mundo todo já que no Canadá há uma grande diversidade cultural e gastronômica”, pontua.
Morar em outro país: experiência para sempre
Ter morado e estudado no Canadá por 16 anos – especialmente na infância e adolescência – trouxe vantagens permanentes para a carreira de Paulo. A mais evidente é a fluência no segundo idioma, similar a de um canadense nativo. O ponto mais importante, no entanto, é o amadurecimento pessoal e a exposição a diferentes culturas e formas de pensar.
No Comércio Exterior, a vivência com pessoas de várias partes do mundo traz habilidades para interpretar e buscar soluções em diferentes situações. “Para não ofender ou fazer um bom negócio com o cliente estrangeiro, é imperativo que tenhamos essa leitura de cenário e entendimento sobre as outras culturas para nos comunicarmos adequadamente”, cita Paulo.
No Grupo Allog, Paulo Perez é analista de Produto de Exportação do US Domestic, célula criada para trazer mais transparência e proximidade ao processo logístico de cargas movimentadas nos Estados Unidos. Recentemente, a empresa estendeu o serviço US Domestic também para cargas que têm como destino o Canadá.