Dora Silva: uma história de empreendedorismo no Comex

Compartilhe esse artigo

As oportunidades e surpresas que surgiram em meu caminho profissional acabaram me levando a um universo que, inicialmente, eu nunca tinha prestado atenção: o Comércio Exterior. Formada em Administração e pós-graduada em Gestão Empresarial, sou Dora Silva, sócia fundadora e diretora da Comex Service.

Antes de fundar meu próprio negócio, no entanto, o caminho foi longo. É uma história interessante e até engraçada. Eu trabalhava em uma empresa de construção civil como recepcionista e telefonista e o proprietário incentivava os funcionários, pagando integralmente cursos para o desenvolvimento da equipe. Foi quando entrei num curso de inglês.

Após entrar no curso, logo surgiu uma vaga na área de exportação de uma grande empresa do setor cerâmico. Sempre com muita sede de aprender, me candidatei à vaga, apesar de ter consciência que meu inglês era sofrível e minha experiência na área, zero. Mas autoestima é tudo e toquei a ideia.

Dora Silva
No dia dos testes fui muito bem, passando para a segunda fase que era a entrevista com a psicóloga. A conversa durou mais de uma hora e finalizamos abraçadas e chorando, como se fôssemos as mais antigas e grandes amigas. Foi intenso. Após a entrevista, a psicóloga disse ter gostado do meu perfil, mas não era o suficiente para aquela vaga. No entanto, ficaria com meu contato para outra oportunidade, que apareceu cerca de 2 meses depois. Desta vez, para a área de importação, o que acabei encarando.

Entrei na empresa e, aproximadamente, um mês depois veio o Plano Collor, derrubando as importações do país e abrindo as fronteiras para a exportação. Fiquei ociosa, mas como não consigo ficar parada, me disponibilizei a aprender as rotinas da exportação. O aprendizado foi tão rápido que, em pouco tempo, me fiz necessária àquele departamento e fui transferida. Na exportação aprendi de tudo e logo surgiu oportunidade numa outra empresa do mesmo setor. Nesta empresa fiquei 25 anos e sou eternamente grata por tudo o que me possibilitou conhecer nas rotinas de importação e exportação.

Em 2017, entendi ser a hora de empreender e inauguramos a Comex Service, dedicada a facilitar a vida de nossos clientes, com soluções completas em Comércio Exterior. Penso que é um privilégio ter passado por diferentes áreas de atuação dentro das companhias, o que me confere uma visão mais ampla sobre as dores do mercado, desde os iniciantes até as grandes empresas.

Atualmente, o principal desafio da nossa área de atuação está no constante aumento dos fretes, atrelado à falta de entendimento da situação mundial por parte dos clientes. É preciso sempre manter o mercado informado sobre estes movimentos que afetam a operação. Ainda assim, o universo do Comex é encantador. Apesar do setor gerar um nível de stress sem tamanho, a sensação de realização do “problema resolvido” não tem preço. Nunca me senti um “peixe fora d’água” por ser mulher. Sempre me inclui nas decisões, reuniões e projetos. Por diversas vezes, era a única figura feminina em reuniões com vários homens. Porém, nunca me intimidei. Aprendi a mostrar meu conhecimento e entendimento do assunto, conquistando assim o respeito das pessoas.

Sucesso, para mim, vem com responsabilidade, agilidade e conhecimento. Vai sobreviver no mercado logístico quem pensar fora do quadrado e ter respostas rápidas às necessidades de cada cliente de forma dedicada e personalizada.

>>> Confira também – Tamara Simas Novais: amor pelo Comex desde cedo

Dora Silva

Mais artigos

Breakbulk Europe
Geral

Breakbulk Europe: Grupo Allog participa de feira internacional de carga projeto na Holanda

O Grupo Allog acaba de participar da edição 2023 da Breakbulk Europe, em Rotterdam, na Holanda. Realizada desde 2016, trata-se de uma das principais feiras mundiais dedicadas ao setor de logística de cargas especiais. A participação da empresa no evento objetivou a busca de novos parceiros para a movimentação de cargas projetos em nível global.

Blog

Importações de medicamentos cresce 15% e impulsiona indústria nacional

As importações de medicamentos e matérias-primas para o setor de saúde ajudam a impulsionar a indústria farmacêutica brasileira. O Brasil é, atualmente, o sétimo maior mercado farmacêutico do mundo. Dados do Ministério da Economia mostram que, de janeiro a dezembro de 2021, o país importou 52.463,38 toneladas de medicamentos. Uma alta de 15% em relação

Rolar para cima