O Brasil é um dos grandes protagonistas internacionais da exportação de cerâmica. Ele ocupa a terceira colocação no ranking mundial de produção e consumo e é o sexto no ranking das exportações. Os dados são do Ceramics Of Brasil, projeto setorial da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer), desenvolvido em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
Em 2018, o mercado da Republica Dominicana (23%) seguido pelos Estados Unidos (15%) foram os principais destinos dos negócios do setor. Em 2017, o mercado americano foi o primeiro destino das exportações brasileiras, representando 20,6% dos negócios do segmento. Por outro lado, o Brasil figurava como o sexto maior exportador para os EUA, representando apenas 5% das importações americanas. Nesse contexto, entender a natureza da logística da cerâmica e os aspectos de custos é uma excelente ferramenta para aprimorar a inserção do revestimento cerâmico brasileiro no mercado internacional.
Dados do Ministério da Indústria Comércio Exterior e Serviços apontam que as exportações brasileiras de pisos e revestimentos cerâmicos em 2018 atingiram 1.484.746 toneladas. O número representa uma alta de 9,4% na comparação com o ano anterior. Segundo dados do Departamento de Comércio dos Estados Unidos da América do Norte, em 2017, o consumo de revestimentos cerâmicos nos EUA foi de 283 milhões de metros quadrados. O aumento é de 5,1% em relação a 2016 e o ??quarto maior total de todos os tempos. Em 2017, os EUA importaram 195 milhões de metros quadrados de cerâmica, um aumento de 5,6% em relação a 2016. As importações representaram 69% do consumo de azulejos nos EUA em 2017.
Como um grande indutor de exportação de cerâmica, o Brasil depende da boa gestão logística para operacionalizar as exportações. Segundo o analista de exportação marítima da Allog, empresa especializada em logística internacional, Gabriel Heglert, devido ao grande porte das empresas mundiais importadoras de cerâmica, que geralmente são grandes distribuidores e home centers, os fretes geralmente são negociados sob o incoterm FOB. Neste caso, a responsabilidade pela contratação e pagamento dos fretes fica a cargo do importador.
Trabalhar com agentes logísticos com abrangência global é uma estratégia para flexibilização de atendimento e negociação de taxas de origem. Isso contribui para a competitividade de toda a cadeia. “Ter parceiros que possam trazer conhecimento específico também agrega valor. O trader internacional do produto pode ser beneficiado por ter informações claras e atualizadas para fornecer ao importador. O objetivo é fazer com que a operação seja a melhor possível”, acrescenta Heglert.
O coeficiente de peso/volume de cargas cerâmicas é um condicionante para a disponibilização de espaço pela companhia marítima. Isso porque existe a atenção ao plano de navio que deve respeitar o limite de peso da embarcação para operar. “Ao embarcar cerâmica e granito, o armador deixa de embarcar outras cargas por conta do peso”, diz.
Ele explica também que a estratégia de estufar os contêineres em áreas retroportuárias traz facilidade logística para o exportador. Desta forma, ele não precisar investir na compra e manutenção de equipamentos específicos para movimentação do contêiner. Também não investe na estrutura estática em suas plantas, além de contribuir para disponibilizar espaço de armazenagem, movimentação e expedição da produção.
Eficiência logística
Para maximizar as opções logísticas, as operações de exportação de cerâmica tendem ser pulverizadas com várias companhias marítimas. Essa pulverização, no entanto, reduz o poder de barganha das empresas do segmento, que fica “pequeno” frente aos operadores logísticos. Como uma especialista em logística de cerâmica, a Allog tem uma relação perene com as companhias marítimas. Isso agrega valor a exportadores e importadores da commodity em questão. “Quando se envolve um agente de cargas especialista no segmento, que já tem um fluxo interno preparado para auxiliar o exportador a cumprir com as exigências do mercado e facilitar eventuais entraves de movimentação no pré embarque, há uma maior tendência para que a mercadoria chegue ao destino superando a expectativa do importador”, completa Gabriel Heglert.