Nova seca no Amazonas: risco é desafio para a indústria do Estado

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A possibilidade de uma nova seca no Amazonas em 2024 representa um grande desafio para a indústria do Estado. O 9º Fórum de Logística em Manaus, realizado nos dias 2 e 4 de abril pelo Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), evidenciou a necessidade de investimentos em infraestrutura, diversificação da matriz de transporte e planejamento estratégico para mitigar os impactos da seca e garantir a competitividade da indústria local. O Fórum contou com a participação de Gabriel Werneck, consultor de vendas do Grupo Allog em Manaus.

Ele explica que a  Allog vem trabalhando próximo aos clientes do Polo Industrial de Manaus e os órgãos federais responsáveis, em parceria com o CIEAM. O objetivo: fazer o acompanhamento da gestão de riscos diante da possibilidade de uma nova seca na região em 2024, que se apresenta significativamente mais desafiadora do que no ano anterior.

Nova seca no Amazonas

“As entidades representativas do setor cobram ações urgentes do governo federal e estadual para minimizar os impactos da vazante. Com destaque para a regularização da BR-319 e aprimoramento da drenagem dos rios amazônicos”, diz. A Allog tem se colocado à disposição para auxiliar o mercado na antecipação de espaço e bookings para embarques marítimos. Isso com rotas alternativas via Panamá ou via Sul do Brasil, além de oferecer soluções no modal aéreo.

Entre as medidas apontadas para reduzir os impactos da nova seca no Amazonas, caso ela se confirme, estão investimentos em dragagem, hidrovias e outros projetos de infraestrutura fluvial. Todos eles são essenciais para garantir a navegabilidade mesmo em períodos de seca. A previsão Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) é que as obras de dragagem comecem em no próximo mês de julho.

Investimento em pesquisa

O CIEAM defende que os investimentos sejam de, ao menos, R$ 1,9 bilhão ao ano em novas infraestruturas, o equivalente a 2,5% do PIB da região. Augusto Rocha, coordenador da comissão CIEAM de Logística, entende que somente a dragagem das hidrovias não é a solução.  Isso porque não obteve resultados satisfatórios na grande seca de 2023. “A dragagem foi uma ação que não resolveu no ano passado. Apenas a chuva ajudou. Claro que a seca de 2024 pode não ser tão severa quanto foi em 2023”, diz o executivo.

>>> Seca no Rio Amazonas e no Canal do Panamá gera impacto navegação de cargas

Segundo ele, é fundamental que sejam realizadas pesquisas para entender melhor o fenômeno das cheias e vazantes nos pontos críticos das hidrovias que chegam a Manaus. “Depois dessas pesquisas, será possível indicar qual a melhor solução. Sem isso, continuaremos apostando em soluções que não são precisas e desperdiçam recursos sem sucesso”, conclui Augusto.

Impacto na indústria

O Fórum reuniu especialistas para debater os desafios da indústria diante da perspectiva de uma nova seca no Amazonas, possivelmente ainda mais severa do que a de 2023. A seca extrema no rio Amazonas representa um risco significativo para o escoamento da produção industrial, impactando toda a cadeia logística e a economia local.

A principal via de escoamento da produção industrial do Estado é o rio Amazonas e a seca extrema pode reduzir drasticamente o nível dos leitos, dificultando ou impossibilitando a navegação de embarcações de grande porte.

Conforme representantes dos três armadores presentes no encontro, a necessidade de utilizar embarcações menores e de realizar transbordos pode aumentar significativamente os custos logísticos.  A navegação fluvial mais lenta pode atrasar as entregas de produtos, impactando o cumprimento de prazos e a competitividade das empresas.

Nova seca no Amazonas

Risco de perder competitividade

A dificuldade de escoamento da produção também pode levar à redução da produção industrial. Isso impactaria o PIB do Amazonas e a geração de emprego e renda. A indústria do Amazonas pode perder competitividade para outras regiões do país com menor dependência da navegação fluvial.

Erick Moura de Medeiros, diretor de Infraestrutura Aquaviária do Departamento Nacional de Infraestrutura Aquaviária do DNIT, entende que, como as mudanças ambientais e climáticas se agravaram nos últimos anos, o departamento precisa estar preparado para atuar em casos imprevistos e emergências de forma a entregar respostas mais efetivas e duradouras com otimização de recursos.

Fabio Queiroz Fonseca, gerente de Apoio Técnico da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), destaca que a agência vem mantendo acompanhamento constante dos indicadores meteorológicos da região para que, em caso de previsão de um cenário semelhante ao de 2023, possa adotar medidas como as do ano passado e implementar novas com o objetivo de mitigar problemas logísticos. Entre estas medidas está possibilitar que terminais alterem o perfil de carga emergencialmente, de forma a viabilizar o escoamento de cargas na região, flexibilizar o afretamento de embarcações com menor calado na navegação de cabotagem e permitir, diante das restrições existentes na Região do Tabocal e da Foz do Rio Madeira, a continuidade da navegação de cabotagem e longo curso com destino à Manaus.

Algumas sugestões dos armadores para mitigar impactos da seca:

Alinhamento com os clientes

Planos de contingência

Diálogo com as autoridades

Oferecer capacidade adicional para antecipação dos volumes de entradas e saídas

 

Nova seca no Amazonas

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