De que forma a seca no rio Amazonas vem afetando a logística daquela região? O rio Amazonas, maior em volume de água do mundo, possui cerca de 1.100 afluentes, situados tanto na sua margem esquerda quanto na margem direita, compreendendo toda a área de drenagem da bacia. Através da sua navegação é possível escoar todo o produto acabado produzido no Polo Industrial de Manaus. É também por intermédio dele que chegam as matérias-primas utilizadas e as mercadorias que irão abastecer a capital do Estado (Manaus).
Entre os meses de agosto a janeiro, se inicia o período de vazante dos afluentes e do próprio rio Amazonas, período crítico que varia ano após ano. Dependendo da sua intensidade, pode muito prejudicar o abastecimento das cidades do interior do Estado.
Em 2022, o Amazonas sofre com uma das maiores vazantes de rios, um ano após registrar a maior cheia do Rio Negro. O fenômeno extremo de seca no rio Amazonas dificulta a navegação e afeta o dia a dia da população de Manaus e do interior do Estado, já que atinge a navegação e, consequentemente, o abastecimento do comércio.
Seca já é uma das mais graves dos últimos anos
Segundo dados do Serviço Geológico do Brasil, a seca enfrentada pelo Amazonas em 2022 já é considerada uma das mais graves dos últimos anos e tem preocupado bastante as companhias marítimas que operam na região. Na região da costa do Tabocal, município de Itacoatiara (distante 273 km de Manaus), a forte estiagem tem impactado na navegação de navios de grande porte, dificultando e até impedindo a chegada à cidade de Manaus.
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Mesmo sendo sazonal, a baixa dos rios é um período muito preocupante para as indústrias por temerem interrupção na navegação e os impactos operacionais, de produção e financeiros na logística.
Por conta da estiagem, algumas companhias marítimas, tem interrompido temporariamente o serviço de/para Manaus por possuírem navios de grande porte sem possibilidade de navegação. Algumas delas buscaram meios alternativos para não interromper o fluxo de mercadorias entre o PIM e o resto do mundo. Dentre as medidas tomadas, a capacidade dos navios foi reduzida em torno de 45% a 50%, bem como foi aplicado a taxa extra de LWS (Low Water Surcharge) em torno de USD 250 a 350/TEU.
Como boa notícia, a partir deste mês de novembro, é observada uma recuperação de aproximadamente um metro por semana e uma leve recuperação dos rios que cercam a cidade de Manaus (conforme informação da Capitania dos Portos) demonstrando, talvez, que a estiagem recorde esteja chegando ao fim.