Antes de definir qual a melhor forma de realizar o transporte aéreo de carga perigosa, é preciso entender que diferentes categorias de produtos requerem diferentes medidas de transporte. O fundamental é que o exportador ou importador conheça e compreenda a natureza das mercadorias, os riscos inerentes que elas representam e os regulamentos que envolvem seu transporte.
Alguns itens podem colocar em risco a segurança de uma aeronave ou das pessoas a bordo. Por isso, o transporte aéreo de carga perigosa desses materiais perigosos pode ser proibido ou restrito. A International Air Transport Association (IATA) lidera os esforços para garantir o manuseio seguro de mercadorias perigosas no transporte aéreo.
O que define carga perigosa?
Carga perigosa significa substâncias, materiais ou produtos que, no curso do transporte aéreo, podem representar uma ameaça à vida, à saúde e à segurança dos passageiros e tripulantes. Também pode causar danos à aeronave ou ao meio ambiente.
Isso inclui materiais inflamáveis e explosivos, gases pressurizados, pesticidas, substâncias tóxicas, corrosivas e radioativas. Também inclui outras fontes de possível ameaça (motores de combustão interna, baterias de lítio, material magnetizado).
Uma carga perigosa também abrange mercadorias aparentemente inofensivas. Isso inclui aditivos alimentares com cheiro forte, tintas, eletrodomésticos, bens de consumo, equipamentos com combustível e resíduos de lubrificantes.
Estes produtos devem ser devidamente declarados, embalados e marcados. Requerem manuseio qualificado e condições especiais de transporte, sujeitas às leis nacionais e internacionais.
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Como proceder no transporte aéreo de carga perigosa?
Para embarcar produtos como estes, é recomendado contratar um prestador de serviços de logística ou um especialista em mercadorias perigosas. Este prestador deve conhecer em detalhes procedimentos, requisitos de embalagem e documentação necessária para o transporte de mercadorias perigosas.
Quando tudo já estiver adequadamente embalado para embarque, a Allog pode entrar em cena. Uma equipe de profissionais com know-how em transporte aéreo pode auxiliar o mercado no processo logístico.
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O caso dos smartphones em Hong Kong
O recente incidente de solo em que uma carga de smartphones estava sendo preparada para embarcar em um Airbus A330 no Aeroporto Internacional de Hong Kong, na China, com destino a Bangkok, na Tailândia, reforça a importância de receber com antecedência as documentações solicitadas pelas companhias aéreas para cargas perigosas: a MSDS (Material Safety Data Sheet) ou FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico).
Os formulários do transporte aéreo de carga perigosa contêm dados relativos às propriedades de uma determinada substância. “Aspectos sobre manuseio, descarte e armazenamento devem fazer parte dessa ficha”, pontua Bruna Rossi, gerente de produto aéreo da Allog.
No incidente, por pouco, a aeronave não foi atingida pelo fogo. “Algumas cargas perigosas têm requerimentos específicos para embalagens, etiquetas e marcas. Para estas, também se faz necessária a Declaração do Embarcador para Cargas Perigosas, o Shipper’s Declaration for Dangerous Goods”, acrescenta.
Sem a devida verificação prévia dos documentos, o incidente poderia causar um cenário ainda mais grave caso a carga estivesse a bordo da aeronave quando inflamou. O final do Airbus A330 poderia ser o mesmo do Boeing 777F da Ethiopian Airlines, ocorrido em julho de 2020, que partiria da China com carregamento farmacêutico para o Brasil, mas terminou destruído pelas chamas no pátio do Aeroporto Internacional de Xangai – Pudong.
Regulamento de mercadorias perigosas da IATA
Quanto ao transporte aéreo de carga perigosa, as regulamentações são cobertas pelas Normas Internacionais de Mercadorias Perigosas da IATA.
Os regulamentos da IATA, Dangerous Goods Regulations (DGR), são a fonte confiável para preparar e documentar remessas perigosas. Reconhecido pelas companhias aéreas mundiais há quase 60 anos, o DGR é a referência mais completa, atualizada e fácil de usar do setor.
Esses regulamentos domésticos e internacionais são necessários para garantir que eles trabalhem juntos de uma maneira comum para todo o setor.
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