O ano de 2019 traz boas expectativas para o transporte marítimo brasileiro. Considerando o mercado nacional e o volume de cargas movimentado em 2018 (afetado pela greve dos caminhoneiros), de acordo com Roberto Ruiz, Ocean Freight Manager da Allog, a tendência é de que a navegação na costa brasileira fique aquecida até dezembro. Em 2018, a movimentação de cargas marítimas na Allog, por exemplo, cresceu 19% na comparação com igual período do ano passado.
Roberto explica que fatores como a atual variação cambial, que não afeta negativamente a importação e a exportação, associado à expectativa de uma safra boa de algodão, contribuirão para o aumento das exportações nacionais. “O crescimento existirá sim, porém limitado à capacidade máxima de oferta de espaço no mercado”, pontua. Ele lembra que, nos últimos 20 anos, o setor vem crescendo em razão do desenvolvimento global e da demanda por transporte de mercadorias. “Esse modal é o modal com maior competitividade em termos de custo”, acrescenta.
Neste sentido, a figura de um agente de cargas pode agregar valor aos exportadores, principalmente por oferecer uma gama de serviços integrados e desenvolver uma operação totalmente dedicada e exclusiva.
Fugir do overbooking
O especialista acrescenta que, como o overbooking no transporte marítimo brasileiro pode prejudicar os esforços de logística, o mais recomendado para fugir desta situação é ter regularidade e transparência. “Se o cliente apresenta uma regularidade em seus embarques, os armadores tem condições de se programarem e contar com aquela carga”, explica. “Cliente regular e frequente, com um baixo nível de shortfall, é sempre bem visto pelos armadores. Em momentos onde o espaço está restrito, essas características podem ser um grande diferencial”, completa.
Conforme o especialista da Allog, a principal novidade do transporte marítimo brasileiro nos próximos anos será à nova lei de combustíveis com baixo teor de enxofre (IMO 2020). A nova regulamentação obriga os armadores a utilizarem combustíveis com menor emissão de poluentes ou novas tecnologias de propulsão para que essa indústria seja menos agressiva ao meio ambiente.