Como o livre curso de moedas estrangeiras não é permitido no Brasil, é comum pessoas físicas e empresas terem dúvidas sobre operações de transferências financeiras internacionais – principalmente relacionadas ao comércio exterior – e sobre como ter sucesso em uma operação de câmbio. Segundo o diretor comercial da Advanced Corretora e fundador do canal Câmbio na Veia, Leandro Marchioretto, o fechamento de câmbio, tanto na exportação quanto na importação, é realizado por meio de instituições autorizadas pelo Banco Central do Brasil (Bacen), órgão que regulamenta e fiscaliza este mercado no país. Se você está pensando em fazer uma operação do gênero, Leandro indica alguns passos que precisam ser levados em consideração antes de tomar esta decisão, com base na regulamentação do Banco Central.
1) Faça operações de câmbio em instituições registradas no Banco Central do Brasil
Todas as operações de câmbio devem ser registradas no Banco Central do Brasil através das instituições financeiras habilitadas. Então, o primeiro passo é saber se a instituição que você está fazendo a operação de câmbio está habilitada pelo Bacen. Para saber disso, faça uma pesquisa AQUI.
2) Avalie os custos e despesas na operação de câmbio
Quando você vai fazer uma operação de câmbio basicamente terá dois custos/despesas. Uma delas é tarifa, que é um valor fixo por contrato ou por operação. É necessário analisar sempre esse item, pois os valores no Brasil variam de US$ 20 a R$ 600 por operação, o que pode encarecer muito os processos. Outro item importante é a taxa de câmbio, ou o que se chama de cotação. Segundo Leandro Marchioretto, as cotações variam de acordo com a instituição, região, cliente e momento da operação. Por esse motivo, é recomendável pesquisar mais de uma opção para as operações de câmbio para comparar não só os valores, mas o nível dos serviços prestados.
3) Acompanhe o mercado de câmbio
Como nas operações de câmbio é possível diminuir ou elevar seus custos no processo, o ideal é acompanhar o mercado para entender o comportamento das cotações e, principalmente, negociar com sua instituição financeira.
4) Confira o Contrato de Câmbio e o Swift da Operação
Toda operação de câmbio que respeita a legislação é registrada no Banco Central através do Contrato de Câmbio, que registra todas as informações da operação entre as partes envolvidas. “Após fazer a operação de câmbio e receber o contrato, é muito importante conferir se todos os dados estão corretos. Isso evita dor de cabeça, caso haja alguma informação inconsistente e o valor não chegue corretamente ao destino”, explica o diretor comercial da Advanced. O Switf (MT103) comprova efetivamente a operação e também deve ser conferido em todos os itens.
5) Fique atento quanto ao prazo de liquidação da sua operação
Como tempo é um ativo precioso no comércio exterior, ficar atendo ao prazo de liquidação é fundamental na operação de câmbio. Liquidação é a efetiva troca de divisas, quando o dinheiro é convertido e enviado ao seu destino. No mercado brasileiro, as operações são feitas com liquidação em D+0 (operação fechada e enviada ao seu destino no mesmo dia útil), D+1 (operação fechada e enviada ao seu destino no primeiro dia útil seguinte ao dia do fechamento) e D+2 (operação fechada e enviada ao seu destino no segundo dia útil seguinte ao dia do fechamento). O cliente pode escolher entre as opções nas instituições financeiras, então, vale a pena avaliar qual a melhor opção diante das suas necessidades.
6) Cuidado com hackers
Nos últimos anos, segundo Leandro Marchioretto, tem crescido a ação de hackers nas operações de comércio internacional. A ação é feita no momento de comunicação entre as empresas no Brasil e no exterior, quando eles alteram os dados bancários dos clientes e fornecedores, fazendo com que os valores sejam remetidos para contas diferentes da original. Essa ação tem trazido prejuízos consideráveis para as empresas. É importante ficar atento a qualquer e-mail, documentos, troca de dados bancários ou informação que parecer suspeita. Na dúvida, entre em contato por telefone com seu cliente/fornecedor para confirmação das informações, afinal, vale mais a pena gastar uma ligação internacional do que perder o valor da operação.
7) Procure ajuda especializada quando necessário
Quando a empresa planeja uma operação específica como abrir empresa, filial ou conta corrente no exterior, receber aportes de capitais estrangeiro, contratar empréstimos internacionais, pagar serviços no exterior ou receber valores de serviços, é indicado procurar orientação profissional. Para algumas operações, o Banco Central exige declarações específicas como ROF (Registro de Operações Financeiras), IED (Investimento Eletrônico Direto), CBE (Censo de Capitais Brasileiros no Exterior). Portando, procure e consulte profissionais e empresas que possam auxiliar com todas as informações pertinentes à operação, evitando problemas futuros.