O transporte aéreo de cargas perecíveis tem ganhado protagonismo no Brasil, especialmente na exportação de alimentos e insumos farmacêuticos. Um exemplo recente vem da operação coordenada pela nossa equipe aqui na Allog, que tem intensificado a atuação na exportação de produtos refrigerados, entre eles, carnes, frutas, gengibre e até soro fetal bovino, para destinos tão variados quanto Japão, Eslovênia e Emirados Árabes Unidos.
“Na exportação aérea, estamos ampliando mercado em cargas perecíveis. Recentemente fizemos uma série de embarques de carne suína para o Japão, tanto utilizando equipamentos de temperatura controlada quanto com embalagens passivas”, explica Sacha Mazzone, coordenadora de operações aéreas aqui na Allog.
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O crescimento da exportação de cargas perecíveis por via aérea é parte de um movimento mais amplo do comércio exterior brasileiro. No início de setembro, o governo brasileiro afirmou que concluiu negociação sanitária com o Japão para exportar produtos à base de gordura de aves, suínos e bovinos para aquele país, enquanto busca uma autorização para vender carne bovina à nação asiática.
A expectativa é que os japoneses autorizem embarques dos três estados da região Sul, que obtiveram o reconhecimento de zonas livres de febre aftosa sem vacinação antes do restante do país, de acordo com reportagem do Globo Rural e CNN Brasil.
Controle rigoroso de temperatura
Produtos como carne congelada, por exemplo, requerem um controle rigoroso da chamada cadeia fria, conjunto de procedimentos que garantem a manutenção da temperatura ideal desde a coleta até a entrega final. Temos utilizado caminhões refrigerados, equipamentos de ponta como os Envirotainers (mini-contêineres com controle térmico), além de gelo seco e monitoramento constante em todas as etapas.
“Quando a carga é coletada, muitas vezes já sai em caminhão refrigerado direto para o aeroporto. Lá, é liberada sobre rodas, descarregada e acondicionada nos equipamentos com gelo seco, que tem uma vida útil curta. Tudo precisa estar coordenado para chegar ao destino entre 3 e 4 dias”, explica a profissional.
Apesar do custo mais elevado, o modal aéreo é escolhido por diversos motivos. Em alguns casos, trata-se do envio de amostras comerciais de cargas perecíveis, com necessidade de chegada rápida ao comprador estrangeiro. Em outros, o motivo é complementar cargas marítimas que apresentaram divergência na chegada ao destino.
“Isso acontece quando o cliente declara um peso, mas ao chegar lá, havia menos carga do que o informado. A alfândega japonesa não libera a carga até que o restante seja enviado. Nesse caso, a única solução é o transporte aéreo”, conta a coordenadora.
Além da carne: gengibre, açaí e até soro fetal
Embora as carnes liderem os embarques perecíveis recentes da Allog, a variedade de produtos chama a atenção. “Fizemos uma exportação de gengibre para Dubai via Aeroporto de Guarulhos. A produção foi no Espírito Santo e, embora o gengibre não exija tanto controle térmico quanto carnes, ainda é classificado como perecível”, detalha Sacha.
Outros exemplos incluem açaí para a Europa, frango congelado e até produtos mais técnicos e delicados, como soro fetal bovino e complemento de coelho, substâncias utilizadas em pesquisas científicas e testes laboratoriais, que exigem documentação sanitária rigorosa e transporte em temperaturas estáveis.
A origem das cargas mostra nosso alcance logístico: carnes coletadas em Santa Catarina, gengibre do Espírito Santo, frango de diferentes regiões do Sul, e açaí das regiões Norte e Nordeste, a maioria passando pelo Aeroporto de Guarulhos, principal hub aéreo do país, antes de ganhar o mundo.
“Exportar por avião não é só questão de urgência, é também uma questão de confiabilidade. O comprador precisa receber a carga íntegra, na temperatura correta, e no tempo certo. Não há margem para erro”, finaliza Sacha Mazzone.