É sabido que muitos produtos atravessam o mundo graças a uma complexa rede de logística internacional. Em 2020, a relevância da atividade ficou ainda mais evidente, já que esta valiosa ferramenta tem ajudado o mundo a enfrentar a pandemia da Covid-19.
No Brasil, os desafios ainda são muitos, conforme aponta o diretor comercial da Allog, Bernardo Brügger, nesta entrevista. A expectativa é de que futuros investimentos em infraestrutura e tecnologia ocorram nos próximos anos e que a celeridade dos órgãos anuentes verificada neste período de pandemia continue, ampliando assim a produtividade da logística interna, fundamental para o desenvolvimento do comércio exterior brasileiro.
Neste momento, é preciso estar atento às oportunidades e ter bons parceiros que garantam a eficiência no processo. Confira a entrevista de Bernardo ao Blog da Allog.
Blog da Allog: Sob a ótica de um operador logístico, quais são os principais desafios da logística internacional no Brasil?
Bernardo Brügger: Os desafios são vários. Desde a barreira de entrada frágil no segmento do agenciamento de carga, até questões burocráticas no Brasil. Tudo isso torna a nossa atividade bem mais complexa do que em outros países.
Blog da Allog: Apesar do Brasil ter um PIB maior do que México, Bélgica e Tailândia, por exemplo, exporta menos do que estes três países. O que fazer para mudar?
Bernardo: O Brasil transitou, nos últimos anos, entre as 8 maiores economias do mundo, mas não aponta sequer entre os 25 maiores países exportadores. Isso é reflexo de uma logística cara, burocrática e ultrapassada. Nossa estrutura logística é insuficiente e ficamos a mercê de momentos favoráveis do câmbio para que nossos produtos se tornem baratos e atrativos à exportação. Precisamos intensificar o trabalho nas reformas. Continuamos com uma carga tributária muito pesada no segmento.
Blog da Allog: Como empresas especializadas como a Allog têm contribuído para trazer mais eficiência e profissionalismo à logística internacional?
Bernardo: Antes de qualquer coisa, somos uma empresa preocupada com o bem-estar dos nossos funcionários (somos GPTW América Latina), com nossos clientes e com nossos fornecedores. Isso já nos coloca em uma posição diferenciada no mercado. Respeitamos cada particularidade e nos adaptamos ao que a nossa cadeia precisa. Também estamos investindo em tecnologia capaz de oferecer visibilidade em diferentes etapas dos processos logísticos que gerenciamos. Nossa busca é diária e incessante em oferecer um serviço de qualidade, compliance (somos OEA) e diferenciado aos nossos clientes.
Blog da Allog: Como a logística internacional tem contribuído com o Brasil neste momento de pandemia?
Bernardo: Temos visto muitos produtos sendo importados neste momento de pandemia. São máscaras, respiradores, testes de Covid-19, entre outros, que estão na lista dos produtos prioritários no combate à doença. Nós, na Allog, já trouxemos 7 aviões fretados e exclusivos com este tipo de produto. Precisamos estar atentos em encontrar oportunidades e também em ter bons parceiros que nos dão suporte neste momento de grandes demandas e disputas com outros países por produtos de combate ao coronavírus.
Blog da Allog: Como a cadeia logística pode avançar nos próximos anos?
Bernardo: Talvez nem todos no nosso segmento consigam superar a crise. Investimentos anteriormente planejados como ampliação de portos, aeroportos, novos acessos ferroviários, rodoviários e aumento de frota, podem ficar comprometidos com essa pandemia. Por outro lado, tenho visto bons acontecimentos. Um exemplo é a maior celeridade de órgãos anuentes em liberação de cargas de combate ao coronavírus. Isso é fundamental para o bom desenvolvimento do comércio exterior brasileiro. Apesar de o momento atual estar um tanto quanto incerto, ainda acredito que teremos bons avanços num futuro próximo. A demanda por novas tecnologias, aliada à necessidade do país seguir com investimentos neste importante segmento da economia, a meu ver, são forças motrizes capazes de impulsionar a nossa logística a superar qualquer desafio.
ENTENDA: POR QUE CONTRATAR UM AGENTE DE CARGAS EM OPERAÇÕES INTERNACIONAIS?