Você já ouviu falar do vinho Pêra Manca? A história da importação do vinho no Brasil está diretamente ligada à chegada dos portugueses, em abril de 1500. Os historiadores estimam que os primeiros vinhos portugueses, produzidos com uvas plantadas ao longo dos vales do Sado e do Tejo, datem de pelo menos 2.000 a.C. e que no século XII d.C. Portugal já exportava barris da bebida para a Inglaterra.
Diante desse fato, não é de estranhar que, em 1500, as caravelas vindas ao Brasil tenham trazido, segundo reza a lenda, mais de 65 mil litros de vinho. Esta poderia ser definida como a primeira importação não oficial do produto no país. A bebida servia para cozinhar e higienizar os alimentos, hidratar e dar ânimo aos marinheiros das embarcações. Também era usada para a eucaristia a bordo. A coroa tinha uma ligação íntima com a igreja naquele tempo.
Caravelas abastecidas
Segundo reportagens, o vinho que enchia as barricas das caravelas da esquadra de Pedro Alvares Cabral era o Pêra Manca. Atualmente, a Fundação Eugénio de Almeida dedica a marca aos seus vinhos de exceção. A sua qualidade faz do Pêra Manca um vinho de referência no mercado português e também nos mercados internacionais.
Fama e tradição
De acordo com a tradição, o nome de Pêra Manca deriva do toponímica “pedra manca” ou “pedra oscilante”. Trata-se de uma formação granítica de blocos arredondados em desequilíbrio sobre rocha firme. Já o vinho português Pêra Manca remonta à Idade Média. A fama do Pêra Manca permitiu que a bebida fosse incluída em muitas naus da Índia no tempo dos descobrimentos ao redor do mundo.
Acredite-se ou não em tudo isso, é certo que há uma longa história para ser absorvida em cada taça desse vinho de exceção, elaborado desde 1990 pela Fundação Eugênio de Almeida.