Pessoas do Mundo Allog: um sonho, muitas histórias

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Quanto de conforto você está disponível a abdicar em busca de um sonho? Quantas versões de si mesmo conseguiria criar ao longo de uma vida? E o que lhe instiga medo e o que lhe traz coragem?

Ariádyne Régis Mais, analista de Produto de Importação Marítima da Allog, consegue contabilizar algumas boas histórias paralelas à linha reta e previsível do que se espera da vida. Com uma ideia na cabeça e muitos sonhos no coração, ela se tornou cidadã do mundo – e é nosso perfil do Pessoas do Mundo Allog deste mês – ao se jogar por aí com a vontade de construir uma caminhada diferente, repleta de nuances que renderiam um bom livro.

Pessoas do Mundo - Ariadyne Mais

Depois de uma primeira experiência internacional quando tinha 24 anos, quando viajou de férias para a Europa, Ariádyne e o namorado se inspiraram em um casal de amigos e, em 2018, largaram a vida no Brasil e zarparam para a Irlanda, no Reino Unido. Lá, eles estudavam meio período e trabalhavam no restante do tempo: lavaram carro, atendiam em cafeterias, cuidavam de crianças, de gatos, e até de um cãozinho resgatado de um laboratório de testes. “Topávamos tudo o que aparecia na nossa frente para ganhar algum dinheiro”, lembra.

Depois de 6 meses em terras irlandesas, o casal decidiu viajar por alguns países da Europa antes de retornar ao Brasil, se dividindo entre trechos de avião, ônibus e carro alugado. “Além da própria Grã-Bretanha, fizemos um roteiro por todo o leste europeu, em um total de 21 países, lembra. Na Rússia, por exemplo, tiveram dificuldades com o idioma, já que muitos nativos de Saint Petersburg – cidade onde desembarcaram – simplesmente se negavam a falar inglês.

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Rumo à Oceania

De volta ao Brasil, Ariádyne e o namorado não demoraram a bater asas novamente. Inspirados por um outro casal de amigos que zarpou para a Nova Zelândia, na Oceania, eles decidiram fazer o mesmo. Se organizaram rapidamente e, em março de 2019, deixavam o Brasil em busca de um novo capítulo da vida.

Assim que chegaram no país, moraram por 3 semanas na casa de amigos antes de comprarem um carro Nissan Serena adaptado, que tinha somente os bancos da frente. Atrás, o casal contava com uma cama queen para dormir. “Estávamos esperando o nosso visto de trabalho ser emitido para que pudéssemos organizar nossas coisas e também fazer um contrato de aluguel de imóvel. Até isso acontecer, moramos por 7 semanas dentro do veículo”, lembra.

Embora o país seja preparado para este tipo de turismo, com diferentes estruturas para motorhomes, morar em um “carro-cama” foi um desafio, visto que não tinham como armazenar comida perecível ou carregar os celulares no veículo. Para economizar, começaram a estacionar o carro na área externa de um supermercado até descobrirem que não podiam “morar” de forma continuada no mesmo ponto. Passaram então a descobrir outros locais de parada, dormindo em lugares diferentes cada noite. Quando precisavam ir ao banheiro ou carregar os telefones, por exemplo, buscavam estrutura de restaurantes, cafeterias ou casas de amigos.

Pessoas do Mundo - Ariadyne Mais

 

Um sonho muito claro na mente

“Até conseguirmos o visto, não falamos sobre essa situação para ninguém aqui no Brasil, já que não queríamos preocupar a família. Acho que nossos pais não entenderiam que estávamos morando dentro de um carro sem estrutura, achariam que estávamos passando fome e frio”, recorda Ariádyne.

>>> Leia também – Pessoas do Mundo Allog: a China como novo horizonte

Documentos em mãos, foi a hora de buscar um lugar para morar. Na Nova Zelândia, o casal trabalhou como cleaner (profissional de limpeza) em shopping e aeroporto. Nos dias de folga, ainda limpavam casas e restaurantes para complementar a renda. O objetivo era claro: além da experiência de morar no exterior, estavam lá para juntar dinheiro e investir no próprio futuro ao retornar para o Brasil.

 

Pandemia: era hora de voltar

Em 2020, a ideia original era zarpar para a Ásia e imergir por alguns países daquela região do mundo. No entanto, com o início da pandemia em março do mesmo ano, Ariádyne e o parceiro não encontraram outra alternativa senão voltar para casa. A volta conturbada para o país, a poucos dias dos aeroportos serem fechados em diferentes pontos do mundo, foi outro desafio.

Em Santiago (Chile), onde realizaram a conexão para o Brasil, encontraram famílias dormindo em camas de campanha – tradicional modelo de leito dobrável usado por militares nas guerras – aguardando voos para retornarem a seus países de origem. Já em São Paulo, o casal teve que aguardar mais 5 dias para encontrar um voo para Santa Catarina, onde moram, já que, seguidamente, as companhias aéreas cancelavam as partidas para diferentes estados.

A missão mais nobre ainda estava por vir

São e salvos em casa, Ariádyne teve uma nova missão, talvez a mais importante de sua vida até aquele momento. Seu irmão mais novo tinha sido diagnosticado com leucemia e a família já tinha iniciado a busca por uma medula compatível para realizar o transplante.

Como seu ela e o irmão eram filhos dos mesmos pais, Ariádyne era uma esperança possível para curá-lo, embora a compatibilidade da medula nem sempre seja garantida, nem mesmo nestes casos. “No entanto, eu tinha uma certeza muito grande, antes mesmo dos exames, que seríamos 100% compatível. E de fato éramos. Minha medula conseguiu salvar o meu irmão e nosso retorno antecipado ao Brasil fez ainda mais sentido”, recorda a profissional da Allog.

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Desde então, Ariádyne – formada em Administração de Empresas – já trabalhou em construtora, já foi corretora de imóveis, e atualmente atua na Allog, onde garante ter encontrado seu rumo profissional. “Aqui temos contato com pessoas de todo o mundo, o que conecta muito com a minha história e minha experiência fora”, explica. Entre as lições que traz de suas andanças pelo mundo está, principalmente, a empatia com o outro, além da desconstrução sobre a definição de sucesso. “A gente passa a valorizar cada detalhe da vida, como o momento de tomar café na casa da minha vó. Mudamos completamente a visão de mundo”, conclui.

>>> Leia ainda – Pessoas do Mundo Allog: preparo para os desafios internacionais

 

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