É tempo de Retrospectiva do Comex 2024! Vamos rever tudo o que impactou – de alguma maneira – as operações logísticas internacionais ao longo de 12 meses?
O ano foi marcado por uma série de eventos que moldaram significativamente o cenário do comércio exterior brasileiro. Ainda é possível sentir os efeitos das sequelas profundas que a pandemia deixou na cadeia global de suprimentos, com gargalos logísticos e desequilíbrios na oferta e demanda.
A crise no transporte marítimo no Mar Vermelho e a seca no Canal do Panamá, por exemplo, resultaram no maior crescimento em milhas-toneladas registrado desde 2010, impactando diretamente os custos e prazos de entrega.
Reconfiguração das rotas comerciais
Na Retrospectiva do Comex 2024, é importante lembrar que a guerra na Ucrânia e as sanções à Rússia também desencadearam uma reconfiguração das rotas comerciais globais. Os impactos foram sentidos diretos no preço das commodities e na segurança energética. No Brasil, a desvalorização do real frente ao dólar impulsionou as exportações de itens como soja e milho, mas também elevou os custos de produção e importação de insumos.
O Acordo Mercosul-UE representa uma grande oportunidade para o agronegócio brasileiro, com potencial de aumentar em US$ 11 bilhões as exportações para o bloco europeu. No entanto, a pressão de setores da agricultura europeia e o protecionismo ainda são obstáculos a serem superados.
O transporte aéreo, por sua vez, enfrentou um dos maiores “peak seasons” da história, impulsionado pelo crescimento do e-commerce e pela proximidade das festas de fim de ano. A alta demanda pressionou a capacidade dos aeroportos brasileiros, especialmente o de Guarulhos.
Em 2025, é preciso se adaptar!
Para 2025, será fundamental acompanhar de perto os indicadores econômicos, as decisões do Banco Central e as negociações comerciais internacionais para ter uma visão mais precisa sobre o futuro do Comex. Além disso, a capacidade de adaptação das empresas, a busca por novas soluções logísticas e a diversificação dos mercados serão fundamentais para garantir a competitividade do país no cenário global.
Confira a Retrospectiva do Comex 2024:
1) Retorno do Porto de Itajaí:
Após um longo período de inatividade, o Porto de Itajaí voltou a operar contêineres em setembro deste ano, revitalizando a economia local e fortalecendo a posição do Brasil no cenário portuário internacional.
2) Logística brasileira em evidência:
A Allog consolidou sua posição como líder em logística no país, alcançando o topo do Ranking Datamar de Agentes de Cargas no Marítimo tanto na importação quanto na exportação no segundo semestre. Esse feito evidencia a crescente competitividade do setor logístico brasileiro.
3) Acordo Mercosul-UE: uma promessa de fortalecimento econômico
Após 25 anos de negociação, Mercosul e União Europeia anunciaram a assinatura de um acordo para alavancar o comércio entre os dois blocos. O acordo prevê redução de tarifas comerciais e facilitação de investimentos. A principal expectativa é que alavanque o comércio entre os dois continentes e seja um instrumento de fortalecimento das duas regiões.
4) Desafios climáticos e conflitos geopolíticos
A seca histórica na Amazônia, que atingiu níveis recordes no Rio Negro, e a crise no Mar Vermelho, causada por conflitos geopolíticos, impactaram significativamente as rotas marítimas e a logística regional.
5) Expansão das exportações
A desvalorização do real frente ao dólar impulsionou as exportações brasileiras, especialmente de commodities agrícolas como soja e milho, fortalecendo a balança comercial do país.
6) Soluções para os desafios no Norte do país
A implementação de um píer flutuante em Itacoatiara, em Manaus (AM), demonstrou a capacidade de adaptação do setor logístico diante de desafios como a seca, garantindo o abastecimento da região.
7) Crescimento do e-commerce pressiona transporte Aéreo:
A crescente demanda por produtos online, impulsionada pela Black Friday e Natal, colocou o transporte aéreo de carga sob pressão, exigindo maior eficiência e capacidade dos aeroportos brasileiros.
8) Diversificação de mercados
O Canadá consolidou sua posição como um dos principais destinos das exportações brasileiras, demonstrando a importância de diversificar os mercados e reduzir a dependência de poucos parceiros comerciais.
9) Descarbonização no transporte marítimo:
A Maersk finalizou pedido de 20 navios bicombustíveis para renovação de frota. Embarcações com capacidade total de 300 mil TEUs reforçaram compromisso da empresa com descarbonização e modernização de operações. A Allog também esteve inserida da descarbonização da cadeia logística nos EUA, com a contratação do serviço de caminhões movidos a hidrogênio. A empresa também lançou seu primeiro Relatório de Práticas ESG, dando visibilidade às suas ações de responsabilidade social, sustentabilidade e governança corporativa.
10) Crescimento do potencial do setor de frutas
O Brasil abriu caminho para exportar US$ 2 bilhões em frutas por ano. Em 2024, o país abriu o mercado de abacate, tangerina e limão para a Índia, com seus 1,4 bilhão de habitantes. Em novembro, a China passou a importar uvas brasileiras. Atualmente, 70% das exportações brasileiras de frutas destinam-se à União Europeia. A região Nordeste tem sido fundamental nesse crescimento. Empresas como a Ftrade e a Fortallog, do Grupo Allog, são líderes no mercado nordestino. Ambas movimentam um volume significativo de frutas e reforçando a posição do Brasil como um dos maiores exportadores do mundo.