Ela nasceu nos Estados Unidos, morou a primeira infância em uma das megalópoles mais famosas do mundo, e se mudou para o Brasil antes de iniciar a fase da alfabetização. Pamela Luciani Westfal Braga, 32 anos, fez o caminho inverso dos demais entrevistados da série “Pessoas do Mundo Allog”, que segue até o final de 2024 aqui no blog.
Por conta de uma decisão dos pais de buscarem oportunidades de trabalho no exterior, Pamela é cidadã americana com muito orgulho. A história da família com uma das maiores potências econômicas do mundo começou na década de 1980. Nesta época, o pai decidiu deixar sua história profissional no Brasil – que incluía passagens pelo Porto de Itajaí como conferente da Portobello e encarregado de exportações de maçã e açúcar – para tentar o “sonho americano”.
Para juntar o dinheiro necessário, vendeu uma moto e foi de ônibus até São Paulo para comprar a passagem aérea que o levaria até seu objetivo. Embarcou sozinho para os EUA, enquanto a esposa e o filho (irmão mais velho de Pamela) aguardavam o momento certo de também irem embora do Brasil. O primeiro emprego foi de zelador e logo passou para síndico de um prédio.
Rumo à Nova York
Dois anos depois, com a vida profissional do pai mais estável, a mãe e o irmão de Pamela também se mudaram para Nova York. Ela nasceu um ano depois, em 1992, e viveu por lá até os 6 anos de idade, onde frequentou os primeiros anos da pré-escola.
Com a separação dos pais, Pamela voltou para o Brasil com a mãe e o irmão. Já falava bem tanto o inglês quanto o português e precisou fazer novamente o último ano da pré-escola no Brasil. Isso para se adaptar antes de seguir para a alfabetização no Ensino Fundamental. Seu contato com os Estados Unidos, no entanto, permaneceu já que voltava nas férias escolares para visitar o pai, que segue morando no país até hoje.
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Em 2010, quando completou 18 anos, Pamela passou uma temporada de 4 meses em Nova York, onde trabalhou e aprimorou o segundo idioma. No Brasil, fez faculdade de Logística e seguiu, de forma bastante natural, para uma atuação profissional que a colocaria em contato permanente com o mundo. No Grupo Allog, onde atua há quase 9 anos, Pamela é analista de Operações Aéreas e conversa diariamente com pessoas de várias regiões do mundo. Isso inclui países da Ásia e Europa e, claro, sua terra natal. “Acho que, inconscientemente, eu fiz a escolha pela logística internacional. Meu pai foi um grande incentivador para que eu permanecesse nesta área”, conta.
Contato com o novo idioma
Ela acredita que a facilidade com o segundo idioma vem justamente do fato de ter morado e tido contato desde muito cedo com a língua inglesa. “Claro que o vocabulário precisa ser permanentemente aprimorado. Mas a pronúncia e a escuta permanente com a família contribuíram muito para me deixar mais desinibida na vida profissional”, explica.
Atualmente, Pamela é mãe de Liam, de apenas 6 meses, nome derivativo de Willian e de pronúncia global. Por ter nascido nos Estados Unidos, passará a cidadania ao filho. “A vida lá fora não tem o glamour que as pessoas aqui no Brasil imaginam. Como em qualquer lugar do mundo, é preciso muita dedicação e trabalho para alcançar os objetivos. Ainda assim, admiro demais a paixão que os americanos têm pelo país”, finaliza.